Daniel Regis (pontuação) e Ferreira Fernandes (texto)
Já o contei e repito: no dia seguinte à eleição do Papa Francisco, voltei a vê-lo na basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Vi um papa que andava como um homem comum. Escrevi: "ele anda como toda a gente”. Gosto de pescar raridades destas.
Ontem fui ao lançamento do livro dum amigo, o fotógrafo Rui Ochoa. É um livro de assunto único, sobre um homem num momento muito importante dele, durante o desafio para conseguir o desejo duma vida. Na segunda foto em que o vemos (na primeira está de costas) ele está em casa e acaba de saber que conseguiu! É um momento forte e um disparo certeiro do fotógrafo, mas o que me traz aqui não é. Este, é o homem.
O livro é sobre um homem que dá conta das pessoas à volta. Sabe-se da vida como os outros se dão conta de nós: com os olhos e com as mãos. Os olhos que nos procuram; as mãos que pousam em nós. Na campanha presidencial de Marcelo, são esses: o homem e o momento. Ele farta-se de se dar conta dos outros, na Bairrada com o leitão espetado e a entrar no forno, Marcelo torce o pescoço para olhar o assador e até aos adversários da campanha. Ele aproveita para lhes pôr uma mão no ombro…
Eis o essencial que o livro de Ochoa nos mostra: o balanço duma presidência faz-se claro no fim do mandato e, assim, será com este para já. Sabemos que de comum ele tem pouco e que ele tem um interesse comum pelas pessoas. Ambas são raridades num presidente. Pode ser o começo duma bela… não sei o quê.
Sem comentários:
Enviar um comentário