0. Love Actually: "This is shit, right?" Produtor: "Solid gold shit!"
1. Exercícios - discussão e análise
1.1. Edição e revisão andam de mãos dadas
O tratamento de texto prévio evita complicações, desrespeito pelos parceiros, mostra sobriedade e ética laboral (em inglês: work ethics, muito importante), poupa energia e permite aos interlocutores concentrarem-se no seu trabalho.
O que é essencial e acessório? Atenção, por vezes o acessório pode ser essencial. Por alguma razão as empresas tentam saber a nossa data de nascimento...
Não há pormenores menores. Só (piada frouxa habitual no meio) pormaiores.
1.2. Para completar em casa
Ana Filipa:
No Hospital Dona Estefânia, uma pediatra observa um menino de 8 anos acompanhado pelo seu pai. A médica diz “Agora dispa-se” e sai do consultório para dar privacidade à criança.
Quando regressa, vê que o menino – coitado, deve ser envergonhado – continua vestido. Ao seu lado, está o pai nu.
Filipe:
Uma anedota (extremamente breve)
Um peixe perguntou ao outro: o que é o que tu pai faz?
O outro respondeu: nada e o teu?
- Nada também.
Júlia:
Anedota 1 (piada)
O assunto da aula era ‘medo’. A professora começa perguntando: “Pedrinho, do que você tem mais medo?” “Do bicho-papão, professora.” “Mas Pedrinho, o bicho-papão não existe. É apenas uma lenda... Você não precisa ter medo.” “Mariazinha, do que você tem mais medo?” “Da dama do pé de cabra, professora.” “Mariazinha, a dama do pé de cabra também não existe. É somente outra lenda... Você não precisa ter medo.” “E você, Joãozinho? Do que tem mais medo?” “Do Mala Men, professora.” “Mala Men? Nunca ouvi falar... Quem é esse tal de Mala Men?” “Quem é eu também não sei, professora. Mas toda noite minha mãe diz na oração: “Não nos deixais cair em tentação e livrai-nos do ‘Mala Men’.”
Nota: Optei por adaptar os termos “mula-sem-cabeça” e “saci-pererê” (próprios do folclore brasileiro) substituindo-os por figuras de lendas portuguesas, nomeadamente “bicho-papão” e “dama do pé de cabra”.
Anedota 2 (caso verídico pouco conhecido)
Nas margens de diversos livros da Idade Média (séculos XIII e XIV), há ilustrações de cavaleiros lutando contra caracóis. Embora não haja consenso entre os estudiosos, as investigações apontam que os caracóis podem simbolizar vários temas, tais quais a ressurreição, o alto clero, a lentidão do tempo, o isolamento da classe dominante, a opressão da aristocracia sobre os pobres, uma crítica aos alpinistas sociais, a sexualidade feminina, a humildade virtuosa (em oposição ao orgulho cavalheiresco), entre outros.
3. Ao cubo
L'Eiffel Terrible 3, 2020.

3. Lista de sites interessantes [a continuar]
tradestories.pt
O Mendel dos Livros - FB, agora muito usado para leilões. (Porquê este nome?)
Twitter: #publishing #editing #books
Etc.
4. Do 'bem escrito' à pertinência
Antes de o texto estar publicado, inter/ferir. Depois de publicado, aceitar.
O leitor tem o dever de estar disponível. O editor de ser crítico, até afinar o tom.
Demasiadas vezes, hoje, dizemos «Ah, está muito bem escrito» - quando a pergunta talvez fizesse mais sentido ser «E o texto é pertinente?»
5. Em resposta ao ponto 1, o objetivo é sempre interferir o menos possível.
Tal como o escultor, trabalhamos com o que há. Negociação entre o que há e o meu apetite. E o prato escolhe o vinho, apesar de (mais raro) o contrário também poder acontecer.
6. A ascensão
6.1. dos brutos:
Como explicar a um surdo que está a desafinar? (Ponto a abordar em aula próxima
6.2. Dos ricos:
Bill Gates - capa do Público e entrevista nas páginas principais. A propósito de quê? Do seu novo livro.
Amber Ruffin: "I wrote a book with my sister!» E, no seu programa, entrevista a irmã. (Nota: o livro deve ser bom, estou curioso, a Amber é ótima, mas não é essa a questão aqui: sem a plataforma do show, a irmã (a quem aconteceram as histórias) dificilmente conseguiria a) publicar o livro, b) publicã-lo, c) promovê-lo, d) vender... e, se calhar, ter vontade para o escrever. (Ou sequer a ideia.)
Don Lemon, da CNN, é entrevistado na CNN: "I think my book will be important to heal."
6.3. Tentáculos em toda a parte
Qual o segredo? A campanha permanente. Aquilo a que chamámos em Teoria da Edição, por homenagem ao filme homónimo, o contrato do desenhador, agora em versão B. Aprendamos com a sabedoria da velha estrela rock Billy Mack, interpretada por um Bill Nighy em estado de graça em Love Actually/O Amor Acontece (2003): "Kids, don't buy drugs." Aqui.
7. E uma cereja em cima do bolo
ou um torrão de açúcar, já que nos portámos bem. Este é à anos 80, mas é um exemplo de tudo o que de mau havia e ainda há em muitos telediscos. Dá todo um trabalho etnográfico sobre os valores implícitos e sub-repticios.
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