segunda-feira, 19 de abril de 2021

Exercícios 26 e 27 (ft. Esteves Cardoso e Sttau Monteiro)

Ana Filipa Leite 


Exercício 26: Encontre título e destaque para o texto abaixo. (Indique também o género, embora seja quase insultuoso eu fazer esta pergunta.)

Título: O sol quer-me mal

Destaque: Sou ferido pelo que mais me atrai. Fico tão deslumbrado que me deito a perder.

(Género: Crónica)


Exercício 27. Insira pontuação (parágrafos também, se considerar importantes, use //) , título e destaque no seguinte texto:

Título: O Natal é só malandrices

Destaque: Isto até faz com que se perca o respeito pela família terrestre e pela família celeste.

Tretas, tretas, tretas. A mim é que não me levam mais, era o que faltava. Ou um ou outro é um aldrabão. // Disseram-me que o Pai Natal descia pela chaminé e eu acendi o fogão para lhe queimar o rabo, para ele dar um grito, para eu o ver. E nicles. Quem ficou com o rabo a arder fui eu, que levei bumba no toutiço por ter gasto gás! // É só para ver como as coisas são: disseram-me que ele trazia presentes do Céu e o que ele me trouxe foi uma camisola que eu vi numa montra duma loja em saldo, com o preço e tudo. Isto quer dizer que o Céu fica na Rua dos Fanqueiros ou que me aldrabaram por eu ser criança. É o que eu digo, mentem à gente mal a gente nasce e depois queixam-se de que a gente em grande queira ir para a política. // Outra coisa que o Pai Natal me deu foi um compêndio de Ciências Naturais aprovado para o primeiro ano. Ora, abóbora, que se eu fosse má até ficava a pensar que o Pai Natal é o meu pai! O que vale é que eu sou boa até ver. Sim, até ver, que se me pregam outra partida como esta vão ver como é que eu sou por dentro, porque lá por dentro sou má como as cobras. Se julgam que eu saio à minha Mãe, enganam-se. Lá no fundo, eu saio ao meu pai, mas não quero que se saiba, para salvar o toutiço. Que se ele adivinha, isso é bumba no toutiço até mais não! // Outra malandrice que me fizeram foi darem-me um cavalinho de madeira que o meu avô comprou para levar à maternidade quando eu nasci, a pensar que eu era menino. Mas o diabo do velho, quando viu a enfermeira mudar-me a fralda, meteu o cavalinho no bolso e foi a correr comprar uma roca de prata (porque nesse tempo o plástico ainda era caro) e levou o cavalinho para casa para quando viesse um menino. E como nunca veio, porque em Paris deixaram-se de fazer coisas dessas e agora fazem outras, o tal cavalinho foi escondido numa mala muito velha, onde eu o encontrei há mais de cinco anos. Estou farta de brincar com ele sem ninguém saber e vai este ano, bumba, apareceu-me no sapato como se fosse um presente do Pai Natal. // Assim não vale, abóbora, que ou a gente é séria ou não é! Isto até faz com que se perca o respeito pela família terrestre e pela família celeste. Que o meu pai queira enganar o Pai Natal vendendo-lhe cavalinhos velhos e Compêndios de Liceu, ainda eu entendo. Agora, que ele os compre se calhar pelo dobro do preço é que não entendo nem à bala. São estas coisas que fazem a gente perder a fé, e depois espantam-se! // Outra porcaria que me fez o Pai Natal foi dizer ao meu pai que este ano os presentes eram fracotes por causa da crise que há no Céu. Mas então se aquilo é igual à Terra, para que é que lhe chamam Céu? Anda a gente a privar-se de coisas para ir para o Céu e chega lá e, bumba, aquilo é como a Graça ou como o Areeiro! Eu é que não vou nisso e, se as coisas não mudam, para o ano faço de conta que não sei da crise e mando uma reclamação para o deputado que me representa na Assembleia e o Pai Natal vai ver como é que as moscas picam. Para aprender a ser profissional a valer, que isto dum Pai Natal amador não interessa a ninguém, e muito menos a esta vossa Guidinha, que não está cá por ver andar os outros.

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