quarta-feira, 21 de abril de 2021

Exercícios 26 e 27

Raquel Paixão


Exercício 26: Encontre título e destaque para o texto abaixo. (Indique também o género, embora seja quase insultuoso eu fazer esta pergunta.)

Título:  Sem Cura

Destaque:  Mas a cabeça também não ajuda. Por que é que o ser humano é incapaz de ter uma doença ou uma dor sem arranjar uma maneira de conseguir sentir-se culpado por ela?

Género: Crónica

 

Exercício 27. Dê um título, faça um destaque e insira a pontuação (parágrafos inclusive, se achar convenientes) no texto abaixo:

Título: Só Tretas!

Destaque: É o que eu digo, mentem à gente mal a gente nasce e depois queixam-se de que a gente em grande queira ir para a política!

Pontuação:

Tretas, tretas, tretas… A mim é que não me levam mais, era o que faltava! Ou um ou outro é um aldrabão. Disseram-me que o Pai Natal descia pela chaminé e eu acendi o fogão para lhe queimar o rabo, para ele dar um grito para eu o ver, e nicles… Quem ficou com o rabo a arder fui eu, que levei bumba no toutiço por ter gasto gás! É só para ver como as coisas são, disseram-me que ele trazia presentes do Céu e o que ele me trouxe foi uma camisola que eu vi numa montra duma loja em saldo, com o preço e tudo. Isto quer dizer que o Céu fica na Rua dos Fanqueiros ou que me aldrabaram por eu ser criança. É o que eu digo, mentem à gente mal a gente nasce e depois queixam-se de que a gente em grande queira ir para a política! Outra coisa que o Pai Natal me deu foi um compêndio de Ciências Naturais aprovado para o primeiro ano. Ora abóbora, que se eu fosse má até ficava a pensar que o Pai Natal é o meu pai! O que vale é que eu sou boa, até ver… sim até ver, que se me pregam outra partida como esta vão ver como é que eu sou por dentro, porque lá por dentro sou má como as cobras. Se julgam que eu saio à minha Mãe, enganam-se. Lá no fundo, eu saio ao meu pai, mas não quero que se saiba para salvar o toutiço, que se ele adivinha isso é bumba no toutiço até mais não! Outra malandrice que me fizeram foi darem-me um cavalinho de madeira que o meu avô comprou para levar à maternidade quando eu nasci, a pensar que eu era menino. Mas o diabo do velho quando viu a enfermeira mudar-me a fralda, meteu o cavalinho no bolso e foi a correr comprar uma roca de prata (porque nesse tempo o plástico ainda era caro) e levou o cavalinho para casa para quando viesse um menino. E como nunca veio porque em Paris deixaram-se de fazer coisas dessas e agora fazem outras, o tal cavalinho foi escondido numa mala muito velha onde eu o encontrei há mais de cinco anos. Estou farta de brincar com ele sem ninguém saber e vai este ano, bumba, apareceu-me no sapato como se fosse um presente do Pai Natal… assim não vale, abóbora! Que ou a gente é séria ou não é, isto até faz com que se perca o respeito pela família terrestre e pela família celeste. Que o meu pai queira enganar o Pai Natal vendendo-lhe cavalinhos velhos e Compêndios de Liceu, ainda eu entendo. Agora, que ele os compre se calhar pelo dobro do preço é que não entendo nem à bala. São estas coisas que fazem a gente perder a fé, e depois espantam-se! Outra porcaria que me fez o Pai Natal foi dizer ao meu pai que este ano os presentes eram fracotes por causa da crise que há no Céu. Mas então se aquilo é igual à Terra, para que é que lhe chamam Céu? Anda a gente a privar-se de coisas para ir para o Céu e chega lá e, bumba, aquilo é como a Graça ou como o Areeiro! Eu é que não vou nisso e se as coisas não mudam, para o ano faço de conta que não sei da crise e mando uma reclamação para o deputado que me representa na Assembleia e o Pai Natal vai ver como é que as moscas picam. Para aprender a ser profissional a valer, que isto dum Pai Natal amador não interessa a ninguém e muito menos a esta vossa Guidinha, que não está cá por ver andar os outros.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Guia de sinais de revisão

Mesmo com o semestre já findado, deixo aqui  este guia bastante completo dos sinais usados na revisão de texto. O  site  Revisão para quê t...