sábado, 8 de maio de 2021

Sumário da última aula (em construção)

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 O booktrailer da Ana Filipa está perto do perfeito. Só sugiro umas déciams de segundo mais de música introdutória. Mas terei razão? Não sei. Não estou seguro. Uma vez sugeri a um poeta que tirasse os pontos finais, «para dar mais espaço aos versos, menos determinismo» e, meses mais tarde, esquecido, após ele sugerir as minhas dicas, disse-lhe o contrário: «Ó pá, devias pôr uns pontos finais, para tornar os versos mais afirmativos, determinados». Quem/quando tinha razão? Por vezes é óbvio, outras não. Mas decisões - informadas, pertinentes, assentes na experiência, na técnica, no talento, no nariz - têm de ser tomadas. 

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A vida lá fora influencia as decisões e o mercado. O assédio e o movimento #metoo são, com méritos, próprios, temas da atualidade. Esta semana apareceu já um nome, por sinal o do que foi um dos mais respeitados editores portugueses. (Nota: trabalhei com ele, como metade da humanidade, temos uma relação cordata; com a Joana Emídio Marques é o contrário.) Isso dividiu o campo em dois: o dos que, como nos grupos mais fechados e corporativistas, dizem «O meu menino não!» e o dos que (ver a votação na nossa turma, por oito a zero) dizem «a queixa parece legítima». Nota A: nenhum de nós estava lá. Nota B: ser «meu amigo» e «uma pessoa respeitável» tão mau argumento como dizer «a vítima tem sempre razão». Nota C: ficou provado que esta área é mesmo endogâmica. E há um terceiro elemento: o jovem editor de sucesso de uma chancela da Porto, Rui Couceiro, que é citado como tendo dito uma coisa mas depois tendo-a veementemente negado em público. Em que ficamos? 

Não percam as cenas dos próximos capítulos. Entretanto, sugiro que sigam o caso. A poeta, ensaísta e professora já escreveu um artigo em defesa do queixoso. Que aliás tem em sua defesa também o poeta e ex-diplomata e ex-ministro da Cultura Luís Castro Mendes, mais uma série de pessoas daquela geração. Do lado da jornalista e escritora também há jornalistas, repórteres, intelectuais - e até poetas, como Rui Almeida. 

Eu só digo: não me comprometam! Mas dizer «não me comprometam» é um bocadinhochinho contrário à imagem do intelectual destemido que não tem 'medo' de dizer as coisas, certo? 

3. Editar é escolher

(...(


2. Atenção à duração dos direitos de autor

Os direitos de autor tornam-se públicos passado algun tempo - antigamente 50 anos, agora 70. Isso fez com que Fernando Pessoa que, nos anos 80, estava no domínio público, nos 90 passasse a ser explorado exclusivamente pela Assírio & Alvim, quenegociou os direitos com as herdeiras do poeta.

O direito à autoria, esse, não caduca. Significa que eu posso editar os sonetos de Camões, sem pagar direitos aos putativos herdeiros, mas não posso dizer que são meus.  

Exemplo: Sacagens da pop a música clássica. Aqui, sobretudo minutos 14'-17'.   



   

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