quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Cinco Capas

Fantasia, Ficção Científica, Cyberpunk, Steampunk e Dieselpunk



Olavo Rodrigues

Sou um fã relativamente recente de fantasia e ficção científica e achei que não faltariam capas convidativas nestes géneros complexos de uma infinita diversidade. Novos mundos, novas culturas, novos seres: decerto não falta material imaginativo aos capistas. Tomei, além disso, a liberdade de adicionar três subgéneros da ficção científica que nunca experimentei para aumentar a sensação de mistério e a especulação. Por fim, gostava de marcar que não li nenhuma das obras que se seguem. 

1. Editora: Saída de Emergência 


A capa deste livro parece-me ter alguns elementos de relevo que discutimos em aula: o nome da autora encontra-se em cima e em destaque, há um elogio à esquerda e uma menção ao The New York Times no topo, que ajudam a vender e a própria configuração artística parece-me bem conseguida. O homem, de costas, carrega um semblante pensativo e adornado pela luz, que lho salienta. Misturada com a sua omoplata vê-se uma floresta, comum na literatura fantástica, e morcegos que me intrigam. Será que são apenas animais agoirentos ou há alguma relação com o sobrenatural? N'A Guerra dos Tronos encontram-se zombies, portanto, não seriam de estranhar adições de criaturas como vampiros.

2. Editora: Saída de Emergência

       



Isaac Asimov é um dos Camões da ficção científica, o que talvez explique o facto de o seu nome ser o aspeto mais visível da capa. Não está nem em cima nem em baixo, mas no centro em letras gordas. Creio que há uma boa harmonia com o título, que obteve um lugar notório acima. A configuração de imagens e cores chama a atenção, porque apesar da monocromia, as várias gradações tornam os desenhos simples e elegantes, traço que aprecio imenso na estética de um livro. A citação despertou-me a curiosidade: "o conceito extraordinário e grandioso que está na base da obra de Asimov foi o que originalmente me atraiu para a ficção científica". 
Por último, gostava de frisar que, como vimos em aula, por vezes os volumes das mesmas coleções têm capas similares. No caso desta, não é só a cor que muda como averiguámos no exemplo da aula, mas os desenhos são semelhantes e mantém-se a aparência monocromática. 

3. Editora: Saída de Emergência


Na minha ótica, verifica-se aqui um caso semelhante à capa do Jurassic Park que vimos no vídeo. É uma capa singela de duas cores apenas e com desenhos também singelos, mas é precisamente a sua simplicidade que forma a beleza. Nota-se também que as imagens ilustram o título e o género em pleno. Além disso, é interessante sublinhar que o nome do autor, tal como o de Asimov, tem muito mais presença que o título, quiçá por William Gibson ser um mestre do cyberpunk. 
Por último, mas não menos importante, há pequenas frases que elevam a obra e o autor: uma menção aos prémios, uma citação de uma crítica e uma pergunta reflexiva: "num mundo dominado pelo virtual, qual é o valor da realidade?". Julgo esta capa assaz atrativa por combinar simplicidade e qualidade de divulgação.

4. Editora: Titan Books


O melhor da componente fantasiosa do steampunk é a estética futurista com base na tecnologia do século XIX, o que imagino ser representada pelas engrenagens. As personagens possuem uma indumentária apelativa de acordo com a época e as suas expressões combinam com a frase acima do título: "murder is their business... and business is good". São caras intrépidas e desafiadoras.
Ao contrário da anterior, o atrativo desta capa é a complexidade. Há um luxo de pormenores em todo o lado e um jogo de cores, luzes e sombras bem trabalhado. Aqui o nome da autora encontra-se mesmo no fundo, sendo consideravelmente mais pequeno que o título, talvez para não estorvar o encanto das personagens. Acho interessante que o impacto visual desta capa seja tanto, que precise de se sobrepor à presença da autora. Quer dizer, o nome tem relevo e não é de todo difícil de notar, mas os outros elementos, de certa forma, abafam-no. 

5. Editora desconhecida 


O dieselpunk descende do steampunk, por isso, quase podemos dizer que é um "subsubgénero". À sua semelhança, recorre a uma época passada para construir um ambiente futurista, mas desta vez uns anos mais à frente, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais, ou às vezes dá a impressão de que os anos quarenta nunca acabaram. Toda esta dinâmica salta à vista nesta capa bastante bem desenhada e detalhada, que suscita o desejo de ação e dá largas à expetativa da parte fantasiosa. 
Parece-me uma capa equilibrada na perfeição, posto que o nome do autor no topo o destaca e, embora o título esteja em baixo, tem impacto graças aos  adornos e à ênfase do subtítulo. Além disso, a citação abaixo do nome do autor é um excelente empurrão: three-hundred and sixty-five pages of pure unadulterated Dieselpunk!". É um chamariz para qualquer apaixonado por realidades alternativas, pelo que se visse este livro numa livraria, seria atraído como um mosquito pela luz. 





 




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