7.1 Livrarias,
alfarrabistas, hipermercados
Inês Martins
Ocasionalmente gosto de entrar numa livraria ou num alfarrabista sem qualquer ideia sobre aquilo que vou comprar. Levarei para casa um romance? Um policial? (Mais) uma banda desenhada? Nessas alturas, o critério que uso para escolher o livro é sempre o mesmo: olho primeiro para a capa e se for apelativa vejo o título. Se me interessar, leio de imediato a contracapa e só depois decido se o levo comigo para casa.
Conheço algumas pessoas que costumam utilizar o mesmo método, por isso pergunto-me: quantas pessoas não farão o mesmo que eu? Afinal, quando já sabemos que livro queremos, por norma fazemos uma de duas coisas, ou o encomendamos, para o recebermos no conforto de casa, ou vamos à livraria e pegamos diretamente na obra que queremos, e nessas ocasiões se calhar nem nos importamos muito com a capa.
Mas voltemos ao meu exercício. Sair para comprar um livro sem qualquer ideia do que vamos levar para casa geralmente obriga a que as primeiras coisas em que reparamos ao entrar numa livraria ou num alfarrabista sejam as capas, daí que, apesar de acreditar firmemente que não se deve julgar um livro apenas pela capa, é inevitável que seja a primeira coisa em que se repara.
É indiscutível a necessidade de criar uma boa capa para
cativar o leitor a, pelo menos, dar uma oportunidade ao livro, pegando nele,
folheando-o, vendo quem é o autor e de que trata a história.
Confesso que é sempre mais complicado fazer este exercício num alfarrabista do que numa livraria, principalmente por uma questão de organização, mas não só. Numa livraria os livros são novos, alguns acabaram de ser publicados, tudo cheira a novo, está devidamente organizado, e as obras de suspense não se misturam com as de autoajuda. Já no alfarrabista a tarefa torna-se mais difícil. Os livros estão por norma amontoados, cheiram ao século passado e as capas coloridas, que tanto cativam a atenção, já veem as suas cores desbotadas. Mas confesso também que é nos alfarrabistas que mais facilmente perco na noção das horas.
Deixo a capa da minha mais recente compra, num alfarrabista, a versão espanhola do livro The Midnight Rose, de Lucinda Riley, publicado pela primeira vez em 2013, em Espanha editado pela Debolsillo e na versão original pela Atria Books.
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