quarta-feira, 11 de novembro de 2020

"Nunca julgues um livro pela capa." - 5 situações que me levaram a desafiar o provérbio

Por Beatriz Almeida

    Admito que sempre tive muita dificuldade em não julgar a capa dos livros que compro. Para mim, os livros não são apenas para ler, são objetos de coleção. Gosto de os ter na minha estante, de os admirar de os dispor para que todos os vejam. A maioria dos livros que adquiro, confesso, são escolhidos segundo dois critérios (ou uma combinação dos dois): 1) conheço algo da história/do autor, e sei que quero lê-lo 2) nunca ouvir falar do livro/autor, mas a capa é extraordinária pelo que tenho que o comprar.

    No seguimento da sugestão de trabalho feita pelo professor, deixo aqui então 5 capas que gostei e que me levaram a comprar livros/edições específicos/as.

    Monstress, Vol. I - Despertar de Marjorie Liu & Sana Takeda (Coleção Bang, Saída de Emergência)

    Conheci esta novela gráfica numa das edições da Feira do Livro de Lisboa, enquanto perscrutava a bancada da Saída de Emergência - uma das minhas editoras favoritas no que toca a livros de fantasia. Lembro-me de pegar no livro de forma automática. O aspeto oriental da capa e a atenção impressionante para o detalhe foi o que mais me impressionou. Na realidade, todas as ilustrações do livro tem um aspeto excêntrico e barroco, mas de uma forma agradável e hipnotizante. Tudo isto torna a série de novelas gráficas uma obra de arte passível de ser apreciada, em conjunto com uma história extraordinária que nos deixa agarrados. 

    Orgulho e Preconceito e Zombies de Seth Grahame-Smith e Jane Austen (Coleção 1001 Mundos, Edições Gailivro)

    Como é óbvio pelo nome, este livro é uma adaptação do clássico de Jane Austen. Seth Grahame-Smith pega na história passada no início do século XIX, e introduz-lhe o elemento zombie, tornando a personagem principal, Elizabeth Bennet, e as suas irmãs em caçadoras de zombies. O que mais me atraiu mais nesta capa, foi descobrir que ela própria é uma adaptação de um quadro pintado por Sir William Beechey, algures no início do séc. XIX. O capista, Eric "Doogie" Horner, adaptou o retrato de Marcia B. Fox (representado abaixo) de Sir Beechey, introduzindo-lhe também o elemento zombie, tal como Grahame-Smith faz com o livro.

     Às Cegas de Josh Malerman (TopSeller)

    Soube da existência deste livro após o lançamento de um filme da Netflix baseado. Apesar de não o ter visto, achei o conceito do livro bastante interessante. Uma noite no Algarve vi-o à venda numa feira do livro e achei engraçado como o capista (Luís Alegre da Wonder Book Design) jogou com o título com um fundo preto a tapar os olhos da mulher, remetendo para algumas personagens da história que utilizam vendas de forma a não verem as imagens "implantadas" pelos monstros que as perseguem. Foi esta jogada inteligente, que percebi por já ter visto o trailer do filme, que me levou a comprá-lo.

    The Graveyard Book de Neil Gaiman (Edição Inglesa, Bloomsbury)

    Outro livro que comprei numa edição da Feira do Livro de Lisboa. Sem nenhum motivo específico, para além de ter achado a capa bastante apelativa e de já ter lido Coraline e a Porta Secreta, também de Neil Gaiman e ter adorado. As ilustrações (de Chris Riddell), tanto na capa como no interior do livro, misturam elementos de carácter juvenil com um travo arrepiante e misterioso. Foi por isso que peguei nele de imediato, mesmo não fazendo ideia sobre o que o livro falava

    A Series of Unfortunate Events de Lemony Snicket (Edição Inglesa, Egmont UK Lda)

    Esta série de livros é-me muito querida. Vi a adaptação em filme quando era mais nova e identifiquei-me de imediato com o sentimento de que as crianças num mundo de adultos nunca são ouvidas. Quando descobri que era uma adaptação de uma série de livros decidi de imediato que tinha de os ter. Mais tarde, já com 20 anos, descobri esta edição numa livraria online. Apaixonei-me de imediato. As ilustrações (de Brett Helquist) apresentam um balanço magnífico entre a representações das personagens como caricaturas, geralmente vistas como algo engraçado, e o aspeto sinistro, tristonho e de agoiro, à semelhança do que Lemony Snicket faz com o enredo de uma história à primeira vista infanto-juvenil, mas que na realidade esconde algo muito mais obscuro.

1 comentário:

  1. Oi, Beatriz!
    Não conhecia todos os títulos citados na sua postagem, mas adorei a escolha da coleção de "A Series of Unfortunate Events". Li quando era mais nova, talvez com uns 11 ou 12 anos, e também adoro seu projeto gráfico. No meu caso, li os livros em edição brasileira e, embora não sejam iguais à coleção inglesa, gostei de constatar algumas semelhanças entre elas, incluindo a permanência das ilustrações originais na capa. Também me lembro de que o tipo de papel era diferente, mais poroso (o que dava um ar mais sério a um livro infanto-juvenil) e isso me chamou a atenção na época. Enfim, fiquei feliz em constatar que temos um carinho em comum por esta série.
    Anotei para investigar depois também o livro "The Graveyard Book", pois acabo de ler o primeiro volume de "Sandman" (e gostei bastante!), também de Neil Gaiman, além de apreciar o filme "Coraline". Indicações literárias têm valor inestimável, então obrigada!
    Abraço,
    Julia Roveri

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