Raquel Paixão
Uma das questões do programa que me interessam aprofundar mais no trabalho final da cadeira debruça-se precisamente no papel do editor. Com este pequeno excerto, estou eu desde já a refletir sobre a questão 2.3 do ponto 2.
É de notar que não tenho qualquer experiência profissional (ainda) no campo da edição. Neste sentido, é para mim interessante tentar entender como é desempenhar o papel do editor, tendo em conta a natureza do livro e a sua história.
O livro é um objeto cultural e intelectual, que contém em si próprio conhecimento e infinito número de expressões. Dentro de cada livro existe um mundo, uma realidade alternativa onde podemos embarcar numa viagem que tanto nos pode enriquecer como desiludir. Aqui, o autor tem a tarefa de criar o texto que, mais tarde, será “esculpido” pelo editor até se transformar no produto final: o livro.
O livro é também um bem de consumo. Sendo um bem cultural e de comércio, a venda de livros consiste em atribuir reconhecimento a essa obra e, simultaneamente, ganhar dinheiro. Aqui entram as editoras, e mais especificamente o editor, cujo papel é tornar o livro num bem comerciável. Neste sentido, entende-se que o mundo editorial se cruze com as variadas indústrias socioculturais. O editor é um mediador cultural, é uma ponte entre o texto do autor e o público que o vai receber. O editor ao selecionar um texto do autor, por qualquer razão que seja, espera que o produto final - o livro - vá ser reconhecido como um bem cultural e um produto cujas vendas sejam suficientes para sustentar gerar lucro financeiro.
É necessário, portanto, que haja aqui um balanço entre o trabalho original do autor e um produto final que satisfaça as expetativas do mercado. O editor tem a responsabilidade de tentar alcançar este balanço através do processo de edição e todas as suas etapas, desde selecionar e aprimorar o texto até à sua divulgação e venda. Assim, será possível (ou pelo menos expectável) existir uma harmonia entre a relação autor/leitor, onde o editor é o mediador.
Com isto, penso que a atividade editorial se enquadra tanto na esfera cultural como comercial: aliás, seria muito difícil nos dias de hoje manter viva a indústria da edição se editar não fosse ambas.
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