A pontuação legislativa
Já o contei e repito. No dia seguinte à eleição do papa Francisco, voltei a vê-lo na basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Vi um papa que andava como um homem comum, escrevi: Ele anda como toda a gente! Gosto de pescar raridades destas, ontem fui ao lançamento do livro dum amigo, o fotógrafo Rui Ochoa. É um livro de assunto único, sobre um homem num momento muito importante dele. Durante o desafio, para conseguir o desejo duma vida na segunda foto em que o vemos, na primeira está de costas, ele está em casa e acaba de saber que conseguiu. É um momento forte e um disparo certeiro do fotógrafo, mas o que me traz aqui não é este. É o homem. O livro, é sobre um homem que dá conta das pessoas à volta, sabe-se da vida como os outros se dão conta de nós com os olhos e com as mãos os olhos que nos procuram as mãos que pousam em nós. Na campanha presidencial de Marcelo são esses. O homem e o momento. Ele farta-se de se dar conta dos outros, na bairrada com o leitão espetado e a entrar no forno. Marcelo torce o pescoço para olhar o assador e até aos adversários da campanha, ele aproveita para lhes pôr uma mão no ombro. Eis o essencial que o livro de Ochoa nos mostra, o balanço duma presidência. Faz-se claro no fim do mandato e assim será com este. Para já sabemos que de comum ele tem pouco e que ele tem um interesse comum pelas pessoas. Ambas são raridades num presidente, pode ser o começo duma bela não sei o quê.
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