Bibliotecas Municipais encerradas enquanto o Estado retira ao livro o estatuto de bem essencial e fecha livrarias.
Isto transcende a gestão de uma pandemia, é uma afronta ao espírito e ao livre pensamento, penaliza todos os que tentam viver de e para os livros.
Cito o comunicado da APEL (15.01.21) - «Fechando desta forma todos os canais de retalho de venda do livro, os editores não terão capacidade para sustentar toda a rede de profissionais que vivem do livro. Falamos dos autores, tradutores, revisores, paginadores, designers, gráficas e profissionais das gráficas. Todo o ecossistema que liga o autor ao seu leitor e que passa por um sem número de profissionais, editores, livreiros e profissionais do livro noutros retalho está a partir de hoje em risco.» Junto aos lesados por estas medidas os bibliotecários, arquivistas e, claro, sobretudo - os leitores.
As escolas mantém-se abertas, para que aprender não pare e o futuro não afunile. Essa aprendizagem passa pela sensibilização para a importância do livro, trabalho lento e de fundo, incompatível com a posição de desvalorização da leitura, evidente nestas medidas. Bibliotecas Municipais oferecem um serviço público e não podem estar outra vez fechadas semanas ou meses. No desconfinamento aprendemos a recolher e devolver livros em total segurança, pelo postigo e com marcação prévia, não se trata sequer de uma situação de risco sanitário.
(Saúdo as
Bibliotecas Municipais de Oeiras
por terem encerrado e respeitado todas as medidas de segurança, mantendo os serviços ESSENCIAIS, aqueles que nos permitem LER.)Peço (pedimos?) uma revisão destas medidas, mais gravosas que as adoptadas em Março. O livro não pode ser um artigo de luxo e tem de estar acessível a todos: aos que têm poder de compra para ir à Livraria e aos que não têm, e precisam da Biblioteca.
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