sexta-feira, 16 de outubro de 2020

5. O Caso da Ameaça Eletrônica

 5. O Caso da Ameaça Eletrônica  

Filipe Heath

Sempre achei fascinante todo o trabalho que está escondido por detrás de um livro publicado e é de extrema importância compreender todas as fases de construção da obra final. Isto posto, o ponto do programa do qual retiro mais prazer em discutir é o ponto 5 que foca na ascensão dos livros digitais ou e-books.

Existem inúmeros prós e contras no que toca aos e-books, no entanto, tenho apenas a frisar que, a meu ver, nada substitui folhear um livro físico. Ao fazê-lo não só conseguimos sentir o tipo de papel na qual a história foi impressa, o que é certamente um fator decisivo na experiência global de leitura; mas simultaneamente conseguimos ouvir o barulho da página a virar e sentir o cheiro do livro á medida que vamos avançando na leitura. 

Todo este conjunto de sentidos a serem utilizados faz com que o livro físico seja a minha escolha de formato de leitura no dia-a-dia certo? Errado. Desde 2013, quando comecei a ler diariamente, foi-me oferecido um dispositivo de leitura: o Kindle. 

Primeiramente, estranhei. Já estava familiarizado com telemóveis e computadores mas nunca tinha tido algo parecido a um tablet, que na verdade servia apenas para leitura. Ao longo das semanas seguintes dei muito uso a este aparelho e o meu coração de jovem de 15 anos estava realmente feliz. 

Principalmente porque com essa idade lia livros que não tinham como público alvo um rapaz de 15 anos e o Kindle ajudou de certa forma a esconder a capa enquanto lia em público. Hoje em dia, leio o que quiser, onde quiser e sem vergonhas, cada pessoa lê o que quer pois é suposto ser uma atividade que provoque prazer. Não vivo numa competição de intelectualidade. Ler faz de mim leitor. 

Cheguei a Lisboa no início do mês de Outubro e tive de abandonar a minha querida biblioteca no meu quarto no Algarve, é claro que não poderia trazer uma mala de viagem repleta de livros. Quando um leitor viaja, será mais prático enfiar na mala três livros de 700 páginas e ficar com dores nas costas ou levar um pequeno aparelho com centenas de livros para ter mais escolha?

Para quem trabalha com editoras internacionais a receber cópias avançadas em troca de opinião e publicidade (não sei como funciona em Portugal) sabe que a maior parte dos livros enviados para realizar estes trabalhos são livros digitais. As editoras não precisam de gastar dinheiro com portes de envio e o leitor recebe o livro quase que instantaneamente. 

Isto aplica-se também aos lançamentos, é possível começar a ler o livro lançado na meia-noite do dia de lançamento em vez de ter de esperar até a livraria abrir e tentar comprar o livro quando muitas vezes o livro nem se encontra disponível. 

Como podem ver, todos os pontos que são discutíveis trazem sempre com eles vários prós e contras. Apesar de amar o livro físico tenho noção que, neste momento da minha vida, o livro digital é a minha escolha preferida. 

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