segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Livro Físico, Eletrónico ou Ambos?

Olavo Rodrigues

Segue o texto sobre um dos tópicos do programa de acordo com o repto lançado em aula. Este é um tema que me fascina particularmente e creio que tem muito pano para mangas. 

 A discussão entre as vantagens de uma leitura digital ou em papel está vigente na nossa realidade há já algum tempo. Por um lado, algumas dos benefícios do suporte eletrónico em relação ao tradicional são a portabilidade, a facilidade de distribuição e o preço. O facto de poderem ser guardados diversos e-books em aparelhos digitais facilita o armazenamento doméstico, a atenuação do peso de carregamento e permite o fácil envio de ficheiros de empresas para trabalhadores, de professores para alunos, de colegas para colegas, entre outras relações de usuários. Além disso, o custo de produção e de entrega é muito inferior, pelo que se adquirem várias obras em poucos minutos por um preço até 80% menor que o do meio palpável, quando não são gratuitas. Por outro lado, alegam os amantes do papel que a experiência do toque, do cheiro e do manuseamento das páginas se perde por completo, sendo esta uma das componentes mais atrativas da experiência de ler. 

Algumas empresas viram nesta oposição uma oportunidade de empreendedorismo e apostaram em e-ink devices (aparelhos de tinta digital). O reMarkable, a título de exemplo, surgiu em 2017 e já conta com a segunda geração. A suas principais características são o ecrã benigno para os olhos, pois não emana brilho e permite a leitura ao sol; a possibilidade de escrever no tablet como se fosse um caderno e, por extensão, tirar notas diretamente nos e-books e, por último, a conversão de texto manuscrito para texto computorizado. No fundo, é uma tentativa de juntar o melhor dos dois mundos. Entre os seus congéneres encontram-se: o Papyr, o Quaderno, o Onyx Boox, etc. 

A pergunta que se impõe é: será uma aproximação o suficiente para satisfazer os amantes de papel (como eu)? Há a vantagem em comum de, pelo menos no reMarkable, haver uma forma de proteger a vista, mas continua a não ter o cheiro nem a textura característicos dos livros físicos nem a possibilidade de folhear as páginas. Não se pode ter tudo, não é? Encomendei um reMarkable pelo qual anseio, dado que posso pôr uma biblioteca dentro dos seus oito gigas de armazenamento (cem mil páginas), mas... há sempre o tal mas. Com a redução gradual do número de livros de papel viria também o desaparecimento das livrarias físicas e das bibliotecas, o que julgo ser um pesadelo. Qual é o bibliófilo que não adora visitar estes templos e sentir-se em casa? 

Encontramo-nos numa época de consciencialização ecológica e poupar árvores manifesta-se como uma prioridade cada vez maior. Todavia, os aparelhos eletrónicos também não são propriamente amigos do ambiente quando se descartam com negligência, pois contêm diversos metais pesados tóxicos como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, que poluem o lençol superficial. A acrescentar a isto, os compostos químicos soltam toxinas ao serem queimados. É um pau de dois bicos, porque da mesma forma que ainda há pessoas que desrespeitam espaços arbóreos, continuará a haver quem seja irresponsável com produtos eletrónicos. 

Acho que ainda não consigo escolher uma opção. Por enquanto, nenhuma me parece esmagadoramente preferível devido à quantidade equilibrada de aspetos positivos e negativos. De qualquer maneira, ainda há tempo de sobejo para decidir, posto que ambos os formatos hão de coexistir imensos anos. 


Fontes:

1) Autor, desconhecido, 2020. Livro Digital. [online] Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Livro_digital> [Consultado a 3 de outubro de 2020].

2) https://remarkable.com/

3) Autor, desconhecido, 2020. Resíduo Eletrônico. [online] Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_eletr%C3%B4nico> [Consultado a 5 de outubro de 2020].


Olavo Rodrigues

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